a praia congelada

Estava numa praia localizada numa baia rodeada de altas montanhas. E tudo estava congelado: a areia quase pedra, as ondas duras em baixos degraus espumosos, os cumes longínquos brancos. Era uma praia e ela estava congelada. Havia um barco perto de mim, deck de madeiras alongadas, marrom clássico. Tenho a sensação de que era um veleiro, mas não lembro do mastro para ter certeza. Ele parecia preso na areia rochosa. Me coloco num lugar alto – talvez eu tenha subido no deck – e começo a olhar em volta. Olho as montanhas geladas, todas muito altas, todas cheias de neve – em algum espaço da baia, talvez em frente à praia, há uma pequena planície que poderia ter uma cidade, mas não tenho certeza, um rio me passa a mente agora, mas, de novo, não tenho certeza – e conforme vou girando, vejo que as montanhas vão derretendo, como se o sol estivesse passando por elas.

Acordo com a sensação de que algo muito bom está congelado. Penso no Douglas. Me bate uma sensação de desânimo.

Agora, mais desperta, escrevendo o que lembro, me dá a sensação de que algo muito bom está descongelando. Mas não tenho muita certeza se é sobre isso.